quem ler isto é parvo

e então tento escrever e escrever-me,
pego na esferográfica de olhos fixos na folha branca.
deito-me e fecho os olhos.
a voz fica mais nítida
apenas com um leve esforço de concentração.
diz-me coisas que não quero ouvir
coisas que eu já sei
e por isso o assombro é maior.
a mão é testemunha, a mão tira notas.
não consigo escrever, não consigo escrever-me!