Escolho a posição fetal
Deixo-me embalar por sons...músicas lamechas, as tais que falam do amor. Aquelas que se dizem sem conteúdo, pop, anos 80... Aquelas que falam de um sentimento desconhecido que quando é sentido, é da mesma maneira recusado, tal não é a sua estranheza. Deixo-me embalar... Por momentos descodifico palavras em inglês (porque em português falar do amor, é ficar sem graça e corar até mais não) e retenho-as comigo. As tais músicas sem conteúdo, encheram-se de significado e quase esqueço a batida para entrar num sono profundo...
Estou elevada. Em pé num banco de jardim.
Tu estás alguns centímetros abaixo, gosto desta sensação de domínio.
Parece óbvio que se seguirá uma manifestação de carinho, de cumplicidade...
mas susurras (e falar baixinho é quase sempre sinal de que estamos a fazer o que não devemos). Volto à base, escolho a posição fetal (a que me parece sempre mais confortável) e choro. Encaixas-te em mim, como que a proteger-me. Não era protecção que queria, era cumplicidade, era não me teres iludido, era teres acreditado comigo.
Corro.
Em descida a velocidade aumenta e por mim teria saído disparada para o outro lado, mas não. Abrando e escondo-me. Confirmo o medo que sempre tive em dar-me.
Os teus gestos fazem-me sentir culpada, fazem-me sentir ingénua. Levas-me.
Contigo subi colinas, passei túneis.
Depois de te deixar com aqueles que já te conhecem... volto.
Perco-me, entro em locais desconhecidos, não consigo encontrar o caminho de volta. Aquelas colinas desmultiplicaram-se e não vejo pontos de referência, só paredes velhas.
O céu nublado da manhã escondia as pessoas...
Volto a estar sozinha, como sempre estive e agora mais que nunca, com um terrível medo de acreditar.
Acordo.
Estou elevada. Em pé num banco de jardim.
Tu estás alguns centímetros abaixo, gosto desta sensação de domínio.
Parece óbvio que se seguirá uma manifestação de carinho, de cumplicidade...
mas susurras (e falar baixinho é quase sempre sinal de que estamos a fazer o que não devemos). Volto à base, escolho a posição fetal (a que me parece sempre mais confortável) e choro. Encaixas-te em mim, como que a proteger-me. Não era protecção que queria, era cumplicidade, era não me teres iludido, era teres acreditado comigo.
Corro.
Em descida a velocidade aumenta e por mim teria saído disparada para o outro lado, mas não. Abrando e escondo-me. Confirmo o medo que sempre tive em dar-me.
Os teus gestos fazem-me sentir culpada, fazem-me sentir ingénua. Levas-me.
Contigo subi colinas, passei túneis.
Depois de te deixar com aqueles que já te conhecem... volto.
Perco-me, entro em locais desconhecidos, não consigo encontrar o caminho de volta. Aquelas colinas desmultiplicaram-se e não vejo pontos de referência, só paredes velhas.
O céu nublado da manhã escondia as pessoas...
Volto a estar sozinha, como sempre estive e agora mais que nunca, com um terrível medo de acreditar.
Acordo.
1 Comments:
a minha respiração parou ao ler este texto.
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