terça-feira, fevereiro 28, 2006

...ou qualquer amor em pequenas doses

"Tanto Ennis como Jack parecem deslocados dentro da sua própria pele, sofridos, e cheios de incertezas, em que o fatalismo de um contrasta grandemente com o optimismo e persistência do outro. Mas essas barreiras pessoais, tal como as externas, em vez de enfraquecerem o sentimento fortalecem-no. Mas, inevitavelmente, a insatisfação acaba por se acumular de uma forma dolorosa. Porque apesar dos breves momentos que passam juntos nenhum dos dois é verdadeiramente feliz. Simplesmente porque o amor em pequenas doses acaba por se tornar isso mesmo: pequeno."

em Cinerama, sobre Brokeback Mountain ou qualquer amor «em pequenas doses»


“Tell you what. The truth is... sometimes I miss you so much I can hardly stand it.”
Jake Gyllenhaal [Jack Twist]
E neva (pouco) mas neva... e faz sol ao mesmo tempo.. :p

Um novo ser no mundo...

Estive(mos) hoje no hospital desde as 4:42h... nasceu às 9:26h... Ainda não tem nome... Mas os pais estão a pensar Kurt (sugestão minha.. :p). Há uma nova vida cá em casa.. Há uma nova vida no mundo... e que faz parte do "meu" mundo...


"Bem-vindo ao mundo, disse ele com ar cansado..., vais ver que acabas por te habituar".

Bons Augúrios de Teri Pratchett e Neil Gaiman.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Falemos de casas como quem fala da sua alma

Falemos de casas, do sagaz exercício de um poder
Tão firme e silencioso como só houve
No tempo mais antigo.
Estes são os arquitectos, aqueles que vão morrer,
Sorrindo com ironia e doçura no fundo
De um alto segredo que os restitui à lama.
De doces mãos irreprimíveis.
- Sobre os meses, sonhando com as últimas chuvas,
As casas encontram seu inocente jeito de durar contra
A boca subtil rodeada em cima pela treva das palavras.

Digamos que descobrimos amoras, a corrente oculta
Do gosto, o entusiasmo do mundo.
Descobrimos corpos de gente que se protege e sorve, e o silêncio
Admirável das fontes –
Pensamentos nas pedras de alguma coisa celeste
Como fogo exemplar.
Digamos que dormimos nas casas, e vemos as musas
Um pouco inclinadas para nós como estreitas e erguidas flores
Tenebrosas, e temos memória
E absorvente melancolia
E atenção às portas sobre a extinção dos dias altos.

Estas são as casas. E se vamos morrer nós mesmos,
Espantamo-nos um pouco, e muito, com tais arquitectos
Que não viram as torrentes infindáveis
Das rosas, ou as águas permanentes,
Ou um sinal de eternidade espalhado nos corações
Rápidos.

- que fizeram estes arquitectos destas casas, eles que vagabundearam
Pelos muitos sentidos dos meses,
dizendo: aqui fica uma casa, aqui outra, aqui outra,
para que se faça uma ordem, uma duração,
uma beleza contra a força divina?

Alguém trouxera cavalos descendo os caminhos da montanha.
Alguém viera do mar.
Alguém chegara do estrangeiro, coberto de pó.
Alguém lera livros, poemas, profecias, mandamentos,
Inspirações.
- Estas casas serão destruídas.
Como um girassol, elaborado para a bebedeira, insistente
No seu casamento solar, assim
Se esgotará cada casa, embrulhada de um fogo,
vergando a demorada cabeça para os rios misteriosos
da terra
onde os próprios arquitectos se desfazem com suas mãos
múltiplas, as caras ardendo nas velozes
iluminações.

Falemos de casas. É Verão, Outono,
Nome profuso entre as paisagens inclinadas.
Traziam o sal, os construtores
Da alma, comportavam em si
Restituidores deslumbramentos em presença da suspensão
De animais e estrelas,
Imaginavam bem a pureza com homens e mulheres
Ao lado uns dos outros, sorrindo enigmaticamente,
tocando uns nos outros –
comovidos, difíceis, dadivosos,
ardendo devagar.

Só um instante em cada primavera se encontravam
Com o junquilho original,
Arrefeciam o resto do ano, eram breves os mestres
Da inspiração.
- E as casas levantavam-se.
Sobre as águas ao comprido do céu.
Mas casas, arquitectos, encantadas trocas de carne
Doce e obcessiva – tudo isso
Está longe da canção que era preciso escrever.

- E de tudo os espelhos são a invenção mais impura.

Falemos de casas, da morte. Casas são rosas
Para cheirar muito cedo, ou à noite, quando a esperança
Nos abandona para sempre.
Casas são rios diuturnos, nocturnos rios
Celestes que fulguram lentamente
Até uma baía fria – que talvez não exista,
Como uma secreta eternidade.

Falemos de casas como quem fala da sua alma,
Entre um incêndio,
Junto ao modelo das searas,
Na aprendizagem da paciência de vê-las erguer
E morrer com um pouco, um pouco
De beleza.


HELDER, Herberto, Ou o Poema Contínuo, Assírio & Alvim , 2004.
"Haverá entre nós, muita gente que disponha dos meios para fazer o seu trabalho como é devido, com amor? Porque qualquer trabalho necessita de ser feito com vontade, exige o amor do trabalhador, exige um entrega total. Haverá, afinal, muita gente que encontrou a sua vocação? [...] Então, nos caracteres ansiosos de actividade, mas fracos, femininos, ternos, nasce a pouco e pouco aquilo a que se chama «sonhadorismo», e o homem deixa de ser homem, torna-se numa espécie esquisita... - o sonhador.

[...]

A realidade produz no coração do sonhador uma impressão grave, hostil, e então apressa-se a meter-se no seu cantinho secreto e dourado, que na realidade é, não raro, poeirento, desmanzelado, desarrumado e porco. A pouco e pouco, o nosso rebelde começa a alienar-se dos interesses comuns e, gradualmente, imperceptivelmente, começa a embotar-se nele o talento de viver na vida real."

É assim o herói de Noites Brancas.

Fiódor Dostoiévski





São nas noites brancas
dos dias negros
que em mim me despeço
daquela que fui,
da cor que dei aos dias escuros.
Do sol que vejo todos os dias
daquele que mostro aos outros
vejo fumo,
cinzento.
Do fogo restam cinzas.

sábado, fevereiro 25, 2006

Branco...

Esta manhã quando acordei o cinzento tinha dado lugar ao branco da neve...

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

bom... bom...

Recebi hoje o primeiro ordenado deste emprego... soube bem... realmente os ordenados em inglaterra (apesar de ser part-time) são mesmo bons... :p Esqueceram-se de pagar uma semana mas sábado pagam-ma em dinheiro.. :p

Trabalho novo Vida nova.. :p

Desde que tenho este (novo) trabalho sou uma pessoa mais humilde...

jack

Jack
You're Jack! "I am the Pumpkin King!" and

yes you are. Although you have the fame and

fortune, you are not happy. You go and try to

find yourself but in cost of Christmas. In

the end everything is peachy keen and we

still love you.


Which Nightmare Before Christmas Character are you?
brought to you by Quizilla

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

lolol

You Are Barney

You could have been an intellectual leader...

Instead, your whole life is an homage to beer

You will be remembered for: your beautiful singing voice and your burps

Your life philosophy: "There's nothing like beer to give you that inflated sense of self-esteem."

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Um novo ponto de vista...

(Hoje) Vejo um céu diferente quando/porque me ponho noutro ponto de vista… Daqui, do meu novo ponto de vista, tudo me parece diferente e fascinante… Sei o lugar das coisas e está tudo no mesmo lugar de sempre, mas fico maravilhado ao olhar para este mundo que agora se apresenta novo para mim… O banal deu lugar à perpétua novidade por tudo o que me rodeia…

[Adoro cada vez que a vida me prova que a mudança essa acompanhar-nos-à para sempre… Que a única certeza que podemos ter é que não há certezas de nada…].

“O dia em que páras de mudar é o dia da tua morte… E ainda assim…”

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Foto gentilmente cedida por cvalda*

Paragem do 69

Escrevo este texto numa paragem que não tem qualquer sítio onde nos possamos abrigar... (parece aquela do 14 e do 14t em S. Martinho de Bispo perto do Hospital dos Covões... :) ). Está um frio que corta e dói... Mas sinto esta necessidade latente e não consigo estar sem a saciar... As frieiras essas já são inevitáveis... Mas o que há a fazer quando não há (mais) nada a fazer?

Raiva....

Estava tão irritado por ser o segundo 69 que perdia no mesmo dia da mesma forma que carreguei no botão para obter verde no semáforo... Eu fitava o semáforo dos carros e ele continuava verde... Nunca mais ficava vermelho... e eu continuava a olhá-lo... farto de esperar comecei a atravessar a estrada... Juro que não olhei para trás nem mesmo para os lados mas sempre em frente mas consegui de alguma forma "visualizar" o ar de choque na cara daquelas pessoas que ainda estava do lado do passeio de onde eu tinha vindo...

.(

Detesto quando os dias de felicidade acabam... Detesto quando choro... Detesto...

Eu queria...

Queria ser o senhor que hoje entrou no bus, de boina na cabeça e de bengala na mão... Que cumprimentou todagente e a todos "arrancou" um sorriso.

Queria ser a criança que ia quentinha a olhar para tudo, deitada no carrinho que o seu pai empurrava...

Queria ser a senhora que trabalha na florista ao lado da paragem do 69 porque passa o dia a mexer em coisas belas, frágeis e efémeras como o amor e as flores são...

Quero ser todagente com que me cruzo menos eu...

derrotas II

Hoje a depressão venceu-me... 1-0 para a depressão...

Resultado Total:

Cansaço - 1
Depressão - 1
Nani - 0

derrotas

Ontem o cansaço venceu-me... 1-0 para o cansaço...

...

Pensamento do dia de ontem...

Não é acordar cedo que custa... Custa é deitar tarde e acordar cedo...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Livro Do Desassossego

"[...] Que absurdo que isto parece! Mas tudo é absurdo, e o sonho ainda é o que o é menos...".

Bernardo Soares

Um Must See!!!




- Frida Khalo -
26 das melhores obras da pintora em exposição até 14 de Maio no CCB, em Lisboa


A exposição está patente de 17 de Fevereiro a 14 Maio, de terça a domingo das 10.00 às 19.00. Última entrada às 18.15.

domingo, fevereiro 19, 2006

Influencias Tim Burtianas....


Um dia passei
Mas não parei
Mal olhei
Por isso não reparei
Que naquele passeio
Havia um cheiro
Que emanava de um corpo
morto.

Cheiro esse que nunca mais esqueci
E agora sempre que passo ali
Lembro-me do que vi
Coisa que quero apagar
Para nunca mais lembrar.
Morto, defunto, cadáver,
Pobre de ti
Que nem direito a funeral tiveste
Se sozinho, já, eras em vida
como será agora que morreste?

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Uma pessoa lê The Melancholy Death Of Oyster Boy & Other Stories by Tim Burton e depois dá-nos para escrever isto.. :p

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Londres

Londres foi cansativo... muiitooo cansativo.. mas extremamente engraçado.. :p
no limite.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

O importante é ter os olhos abertos, ler tudo como se fosse poesia.

José Luís Peixoto em entrevista na Rua de Baixo.com

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Publico de Hoje..




Investigadores descobrem "mundo perdido" na Papuásia
Uma expedição de 25 investigadores à floresta de Irian Jaya, na parte indonésia da ilha da Papuásia, descobriu "um mundo perdido", onde fauna e flora prosperam longe da presença humana. Entre as espécies observadas figura uma ave "comedora de mel" (na foto), a primeira nova espécie de ave registada na ilha nos últimos 60 anos. Foto: Conservation International/Bruce Beehler/AP

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Catarse alcatroada

E se houvesse uma estrada,
Longa de caminho e de distância.
E se essa estrada comungasse, fanaticamente,
Com os meus dias de alcatrão.
E se nos meus dias de alcatrão
O silêncio fosse os quilómetros,
Então o aço das pontes seria a minha voz;
As pedras seriam os sentimentos
E a minha alma...
Essa,
Mais não seria do que o despiste
Provocado pelo cansaço da distância
Da estrada de alcatrão.

Nuno Matos in
Jornal da Associação de Estudantes
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Anseio sempre para que chegue o número seguinte...

www.os-fazedores-de-letras.pt !!

Vou de para-quedas ou de motto?

Tenho uma imensidão de coisas para dizer mas para escrever não tenho nada.
Tenho que... não tenho nada!
Ter?? Ter o quê? Ter-te a ti? Nunca! Ao sol? Jamais!

Tive o brilho dele a incidir-me na cara hoje... tive... Tive? Mas tive o quê?
Se ele quisesse escondia-se e pronto... eu tenho o quê? Não tenho nada!
Tenho que dormir pouco e produzir muito! Tenho que me levantar nos 2 minutos seguintes ao despertador tocar ou então desisto e viro-me para o outro lado. Levantar-me cedo de manhã é como saltar de para-quedas: espera-me uma sensação muito boa (um dia longo e produtivo...) mas saltar (da cama) é o caraças!

Hoje pus o pé de fora e zás! Que queda! Que queda!!! Pairei... ouvi bandolim, flauta, piadas do Xuxa, gargalhadas da Sónia, desci umas escadas forradas de bolhinhas de plástico, saboreei café da máquina e um Crunch. Até a sopa do refeitório estava boa... mas preferi o arroz doce!


AH! Vi a Relva, lembrei-me de ir cuscar o blog do Pred e li:

"Q: What is your motto?
A: Surround yourself with great ppl & the rest will come easy."

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

A Preguiça - Um dos 7 pecados mortais...

Ora que em jeito de resposta ao que a Luna uma vez me disse numa mensagem acerca disto a perguntar-me se eu "a" conhecia... Eu disse q ela morava lá em casa.. E rimos... Mas a verdade é que mora mesmo... (A preguiça... leia-se.. :p)

Ontem foi o meu primeiro dia no trabalho... Acordei às 06:02 da manhã para entrar às 06:59 e sair ao meio-dia.. saí um pouco mais tarde... Fui-me deitar eram 01:34 da manhã... Esta manhã foram acordar-me para a escola.. disse que ia mais tarde... Acordei a tempo.. mas fiquei a fazer "ronha" em casa.. daqui a bocado vou ao city centre comprar um objecto para utilizar num projecto... mas não apetece naaadaaa...

(Desculpem tar a fazer deste sítio um desabafo...)

sábado, fevereiro 04, 2006

Uma das grandes músicas portuguesas

Clã- LOJA DE PORCELANAS

Letra: Carlos Tê

O que fazia um elefante
na tua loja de porcelanas
sei que não me vais dizer

foi por el@ que tu me trocaste
e eu nunca soube porquê
nem nunca virei a saber

às vezes a beleza dói
quando o olhar reflecte
o que o coração inventou

o que fazia um elefante
na tua loja de porcelanas
sei que não me vais dizer

entrou e saiu pela frente
deixou tudo em pantanas
e tu voltaste a sofrer

e quando o ideal cai
tudo aquilo que promete
nunca acontece

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Tou com uma bezanaaaaaaaa axo q vou é ver os Diários de Che Guevara e dormir.................

O dia perfeito...





Foi entregar os livros na biblioteca no último dia possível para não ter de pagar multa... Foi pedir para fotografar uma píton no estúdio para um projectozinho... e deixarem... Comprar, finalmente, o meu portátil... Ir a uma entrevista de emprego e conseguir emprego (só tenho q tirar os brincos, piercing do lábio, cortar o cabelo e andar de calcinhas pretas, sapatinho preto, camisa branca e gravatinha preta... ( tudo isto exigido por uma sociedadezinha que me obriga a ter de mudar para eles não se sentirem "mal") ), mas por sinal bem pago(?)... Perder uma das bolas do piercing do pulso (este vou tentar "esconder"), ir à loja de piercings e (ainda) se lembrarem de nós e oferecerem-nos a bola... Comprar espumante e todagente ir sair e ficarmos só nós.. o novo apple... um motivo para comemorarmos e.........

Library

Requesitei hoje quatro livros:

- A guide to Paris - Footprints.
- Contemporary France - Hilary P.M. Winchester.
- Making Short Films - The complete guide from script to screen by Clifford Thurlow.
- Professional Nature Photography by Nigel Hicks.

Penso que ficou bem patente o meu desejo em voltar a Paris e de querer mergulhar no mundo das curtas.